INVENTÁRIO DOS ÓRGÃOS HISTÓRICOS
OBJECTIVOS
1. Necessidade de se obter um levantamento o mais rigoroso possível e actualizado sobre os órgãos históricos, compreendendo:
1.1 Recolha de imagens e das características tonais;
1.2 Avaliação do estado de conservação e de funcionamento;
1.3 Proposta de medidas para a recuperação, manutenção e utilização;
1.4 Divulgar o Inventário contribuindo para a valorização do Património Histórico-Cultural da Região Norte e o reforço da Cultura como factor de desenvolvimento.
Do século XVII ...
... ao século XX (cerca da 1.ª metade)
ÁREA GEOGRÁFICA DO LEVANTAMENTO
Dados sobre o INVENTÁRIO DOS ÓRGÃOS HISTÓRICOS DO PORTO (2004-2007)
RESULTADOS
Foram recenseados 34 Órgãos Históricos localizados nas Igrejas da Cidade do Porto. Do levantamento fotográfico obteve-se um acervo de cerca de 1.500 imagens digitais. Dada a dimensão dos ficheiros optou-se por armazenar as imagens em CD.
Para cada órgão abriu-se uma ficha caracterizadora de que resultou um total de 34 fichas. Em todas elas foram descritas os elementos constituintes das caixas e do órgão propriamente dito. Conseguiu-se determinar também o ano ou época de construção de todos os instrumentos. Em cerca de 80% deles obteve-se a indicação do nome do seu construtor.
Da análise feita ao estado de conservação/funcionamento, obteve-se a seguinte informação:
A maior concentração dos Órgãos Históricos arruinados, em mau estado, ou em estado deficiente, situa-se na área do Porto classificada como Património Mundial pela UNESCO:
DIVULGAÇÃO
Realizámos um audiovisual executado e apresentado em 30.08.2006, durante a sessão comemorativa dos 200 anos do Órgão da Igreja de Santa Maria de Campanhã e a convite do Rev.mo Cónego Fernando Milheiro, tendo também havido um pequeno recital pelo Prof. Isolino Dias.
CONCLUSÃO
Apesar dos escassos meios financeiros
disponíveis, o projecto de Inventariação dos Órgãos Históricos da
Cidade do Porto foi possível de se concretizar para o que concorreu
a total abertura ao projecto revelada pelos Rever.ºs Párocos e Reitores das
Igrejas, Provedores de Irmandades e Superiores de Congregações.
Salientamos ainda o apoio prestado pelo Prof. Isolino Dias no
acompanhamento e assessoria de todo o projecto. Estamos convictos de
que esta iniciativa da A.C.E.R. irá contribuir não só para a
divulgação do valioso Património constituído pelos Órgãos Históricos
como também ajudará à tomada de decisões no sentido de se proceder a
intervenções nos instrumentos arruinados ou em situação de
degradação. Entendemos ainda que a implementação de um Plano de
Restauro e Conservação dos Órgãos Históricos, com apoio de
financiamento comunitário, será um factor de desenvolvimento pelos
impactos que produzirá no tecido económico e social da Cidade do
Porto, em particular da sua Zona Histórica hoje a aguardar uma
revitalização urgente. Não queremos também deixar de referir o papel
dinamizador dos Concertos de Órgão no plano da Cultura e o seu
entrosamento com o Turismo Cultural numa cidade classificada de
Património Mundial.
(Excerto de Relatório enviado, em 15 de Maio de 2007, à Direcção Regional da Cultura Norte)
Constituição de um Órgão Histórico
Texto sobre o Órgão Histórico de S.Bento da Vitória no Boletim 'Folha d'Acer'
Como consequência da Contra-Reforma (reacção da Igreja Católica à Reforma Protestante de Lutero, nos alvores do século XVI), ficou a Península Ibérica fechada ao contacto com a inteligência do Norte da Europa (Flandres, Países Baixos) e até da própria Itália (excepto Roma).
O impacto desta situação foi, em Portugal, ainda mais negativo, devido à perda da Independência em 1580 (o domínio dos Filipes), a ausência do poder régio em Lisboa e a dispersão da nobreza pelos solares da província.
Tudo isso colocou os nossos músicos na total dependência económica das Sés, Colegiadas e Mosteiros, adstritos ao pensar de Roma, adverso ou reticente às novas ideias do Humanismo renascentista e aos avanços técnicos do seu experimentalismo.
Daí que, conservando embora o saber acumulado, se tivessem desdobrado em soluções típicas, concentrando-se no desenvolvimento autónomo das suas próprias tradições polifónicas. Neste contexto, ganha supremacia o Órgão, dado o seu estatuto eclesiástico contribuindo de forma decisiva para o esplendor da Liturgia.
Além do mais, podiam os Peninsulares orgulhar-se da sua já longa tradição organística de Quatrocentos, testemunhada no séc. XVI por compositores como ANTÓNIO DE CABEZÓN (1510/1578) e ANTÓNIO CARREIRA (1520/1597), e de uma Escola de Organaria com características muito próprias em relação às congéneres europeias, com Mestres organeiros entre os quais avulta o portuense HEITOR LOBO (activo na Sé de Évora entre 1544 e 1553).
Desenvolve-se, assim, a música ibérica para órgão, sólida e autonomamente e não prejudicada pelo relativo isolamento face às novas tendências musicais europeias do início do século XVII.
Em sucinta análise, ressaltam, como características específicas do Órgão Ibérico até ao início do séc. XIX:
BIBLIOGRAFIA
DIAS, Isolino - Pesquisas e Estudos, 2005
Ensaio do Órgão de S.Bento da Vitória - Mestre Organista Isolino Dias - 1/2
Ensaio do Órgão de S.Bento da Vitória - Mestre Organista Isolino Dias - 2/2
O Órgão Histórico da Igreja de Santo António dos Congregados
Isolino Dias
Instrumento de características ibéricas, em que se encontram no estado original as palhetas da fachada, “em chamada” (posição horizontal); o móvel (branco lacado com dourados, de temática naturalista e anjo músico com trombeta muda no cimo da torre central), o teclado partido (Dó/Dó#central); os meios registos (possibilidade de tocar com sonoridades diferentes em cada meio teclaco) e toda a “máquina” interna; someiro de canais de notas; secreto(caixa frontal onde se encontram hermeticamente fechadas as válvulas que fazem com que o ar, que vem do fole passe para os pés dos tubos, nota a nota, através dos citados canais de notas).
Pelos anos 1880/90 foi este Órgão alvo de uma intervenção, por parte de organeiros ingleses que demandavam a cidade do Porto, para dar apoio â Comunidade Anglicana aí residente. Como consequência alteraram a composição sonora e a sua harmonização.
Em 1996, em breve intervenção, o mestre organeiro António Simões (Organeiros do Centro – Ansião), reparou o instrumento, removendo a persiana de uma pseudo Caixa de Eco, bem como alterando a harmonização da tubaria. Desta formam devolveu-lhe o seu original carácter sonoro brilhante e alegre.
Do teclado já se falou, que é partido isto é, que tem duas secções Dó-dó3/dó#3-fá5, com 54 notas de extensão e oitava grave completa.
Alguns órgãos ibéricos têm a 1.ª oitava grave curta, com apenas 8 notas: do-ré-mi-fá-sol-la-sib-si. Olhando para o teclado, a oitava grave inicia-se em mi.
Como não têm do#, re#, fa#, e sol#, o mi=do e fa#=re, o sol#=mi, e as restantes notas são no lugar habitual, ou seja:
Mi=DO, fa#=REm sol#=MI, fa=FA, sol=SOL, la=LA, sib=SIB, si=SI
O sistema de tracção é mecânico, tanto no que se refere ao teclado e válvulas do secreto (someiro), como aos tirantes que se iniciam nos puxadores e terminam nas réguas perfuradas dos registos. Essas réguas, que são descentradas, permitem no seu movimento, tapar ou destapar o orifício que deixa passar o ar do canal das notas (via válvula do secreto), para o pé do tubo.
O som será produzido quando o ar introduzido no pé do tubo passar pelo bisel (parte estreita em que termina a alma e que está ao nível do lábio inferior da boca do tubo) e daí, subindo dentro do corpo do tubo, vibrar.
A base tonal deste órgão é de 8 pés, ou na nomenclatura ibérica de 12 palmos.
SISTEMA SONORO
(vulgarmente denominado registos)
Mão Esquerda | Mão Direita |
Cimbala III filas | Cimbala III filas |
Cheio IV filas | Cheio V filas |
Quinzena (ou 15ª; =2’) | Quinzena (ou 15ª;=2’) |
Dozena (ou 12ª =2 2/3’) | Dozena (ou 12ª =2 2/3’) |
Flauta (Doce; 8’) | Flauta (Travessa; 8’) |
Flautado Tapado (8’) | Flautado Tapado (8’) |
Oitava (Real; 4’) (1.ª oitava na fachada) | Oitava (Real; 4’) |
Flautado /Aberto, 8’) (na fachada) | Flautado (Aberto, 8’) |
Trombeta (Real; vertical no interior; 8’) | Trombeta (horizontal, “em chamada”; 8’) |
Clarim (horizontal, “em chamada”; 4’) | Clarim (horizontal, “em chamada”; 8’) |
Dulçaina (horizontal, “em chamada”; 8’; Fagote) | Dulçaina (horizontal, “em chamada”; 8’; Oboé) |
Total de tubos labiais: 731
Total de palhetas: 162 (das quais, 137 externas, “em chamada” e 25 verticais no interior)
Total geraL: 893
Possui ainda, na consola, 4 Pisantes ou Pedais: 2 para Abrir e Fechar os Cheios e outros 2 para Abrir e Fechar as Palhetas.
O fole é paralelo de pregas invertidas. O fole original era em cunha. O sistema de ventilação é eléctrico com ventilador (motor).
O órgão está a funcionar sendo utilizado vários dias na semana.
Este belo instrumento, localizado no coro alto do lado do Evangelho, terá sido construído no início do século XIX, entre 1815 e 1820, pelo Mestre organeiro MANUEL DE SÁ COUTO, ‘o Lagoncinha’, segundo as melhores regras da arte organística portuguesa, lídima herdeira de Heitor Lobo (C. 1495/1571), e de outros grandes mestres, que o séc. XVIII viu florescer e de cuja actividade há indícios seguros até meados do séc. XIX, nomeadamente em terras de Entre Douro e Minho.
(inclui nota biográfica sobre MANUEL DE SÁ COUTO)
Ordenados cronologicamente, segundo as datas de construção / renovação / remodelação / restauro dos órgãos
1. Órgãos de autoria atribuída ou provável
Organeiros |
Data da construção do Órgão |
N.º de Inventário do Órgão |
Localização |
Heitor Lobo |
c.1530 |
47 |
Coimbra-Igreja do mosteiro de Santa Cruz |
Heitor Lobo |
c.1530 |
47 |
Coimbra-Igreja do mosteiro de Santa Cruz |
Heitor Lobo? |
1544 (?) |
37 |
Évora-Sé (tribuna à entrada) |
Michel Hensbergh seg. Manuel Valença |
1685-86 |
177 |
Matosinhos-Igreja do Bom Jesus |
Geraldo Vieira Porto |
1696 |
78 |
Miranda do Douro-Sé |
Michel Hensbergh? |
c.1700 |
57 |
S. João da Madeira-Igreja matriz |
Arp Schnitger? |
c.1700 |
57 |
S. João da Madeira-Igreja matriz |
Arp Schnitger |
1701 |
171 |
Moreira da Maia-Igreja do mosteiro |
Johann Heinrich Hulenkampf |
1716 |
1 |
Faro-Sé (tribuna) |
Padre Lourenço da Conceição |
1721 |
200 |
Viana do Castelo-Igreja da Misericórdia |
Padre Lourenço da Conceição, seg. W. Jordan |
Séc. XVIII |
201 |
Viana do Castelo-Sé (capela do Senhor dos Passos) |
Padre Lourenço da Conceição |
1724 |
119 |
Guimarães-Igreja de S. Francisco |
Padre Lourenço da Conceição, seg. W. Jordan |
? |
125 |
Porto-Igreja do Convento de Santa Clara |
Padre Lourenço da Conceição |
1726 |
127 |
Porto-Sé (Evangelho) |
Padre Lourenço da Conceição |
1726 |
128 |
Porto-Sé (Epístola) |
Padre Lourenço da Conceição |
? |
129 |
Porto-Sé (Capela de S. Vicente) |
Padre Lourenço da Conceição (ou Arp Scnitger) |
1731 |
75 |
Sabrosa-Igreja Paroquial de Provesende |
Padre Lourenço da Conceição |
1736 |
89 |
Braga-Igreja do Convento de S. Salvador |
Frei Manuel de São Bento |
1722 |
140 |
Porto-Igreja do mosteiro de S. Bento (Epístola) |
Frei Manuel de São Bento |
1727 |
104 |
Barcelos-Igreja matriz |
Frei Manuel de São Bento |
1755 |
103 |
Amares-Igreja do mosteiro de Rendufe |
Calisto de Barros Pereira |
1730 |
105 |
Barcelos.Igreja do Bom Jesus |
Manuel Benito Gomez de Herrera, renovação |
1724 |
47 |
Coimbra-Igreja do Mosteiro de Santa Cruz |
Manuel Benito Gomez de Herrera |
1733 |
45 |
Coimbra-Universidade (Capela de S. Miguel) |
Manuel Benito Gomez de Herrera |
1741 |
55 |
Arouca-Igreja do Mosteiro |
Teodósio Hembergh |
1725 |
112 |
Guimarães-Igreja do Carmo |
Teodósio Hembergh? |
1792 |
49 |
Coimbra-Sé Nova |
Filipe da Cunha |
1737 |
87 |
Braga-Capela do Instituto Monsenhor Airosa |
Frei Simón Fontanes |
1737 |
80 |
Braga-Sé (Evangelho) |
Frei Simón Fontanes |
1739 |
81 |
Braga-Sé (Epístola) |
Miguel Mosquera |
1740 |
110 |
Póvoa de Lanhoso-Igreja do Santuário de Porto d’Ave |
Miguel Mosquera |
1742 |
86 |
Braga-Igreja de Santa Cruz |
J.L. Ciais Ferraz de Acunha |
c.1740 |
114 |
Guimarães-Igreja de Santo António dos Capuchos |
J.L. Ciais Ferraz de Acunha |
1750 |
84 |
Braga-Igreja do Carmo |
J.L. Ciais Ferraz de Acunha |
1774 |
134 |
Porto-Igreja dos Clérigos (Evangelho) |
J.L. Ciais Ferraz de Acunha |
1774 |
135 |
Porto-Igreja dos Clérigos (Epístola) |
Luís de Sousa |
1763 |
74 |
Chaves-Igreja matriz |
Luís de Sousa |
1768 |
90 |
Braga-Igreja da Misericórdia |
Francisco António Solha |
1755 |
70 |
Lamego-Sé (Epístola) |
Francisco António Solha |
1756 |
72 |
Salzedas-Igreja do Mosteiro de Santa Maria |
Francisco António Solha |
1757 |
69 |
Lamego-Sé (Evangelho) |
Francisco António Solha |
1758 |
120 |
Guimarães-Igreja de S. Domingos |
Francisco António Solha |
1766 |
194 |
Pombeiro-Igreja do mosteiro |
Francisco António Solha? |
? |
197 |
Santo Tirso-Igreja do mosteiro de S. Bento |
Francisco António Solha, seg. António Simões |
S XVIII |
68 |
Penajoia-Igreja do Santíssimo Salvador |
Francisco António Solha |
1767 |
71 |
S. João de Tarouca-Igreja do mosteiro |
Francisco António Solha |
1769 |
95 |
Braga-Igreja de S. Vicente |
Francisco António Solha |
1770 |
145 |
Porto-Igreja do Convento de S. Francisco |
Francisco António Solha |
1770 |
109 |
Cabeceiras de Basto-Igreja do mosteiro de Refoios |
Francisco António Solha |
1773 |
192 |
Amarante-Igreja do mosteiro de S. Gonçalo |
Francisco António Solha |
1774 |
91 |
Braga-Igreja de Penha de França |
Francisco António Solha |
1774 |
113 |
Guimarães-Capela da Senhora da Conceição |
Francisco António Solha |
S. XVIII |
82 |
Braga-Igreja dos Congregados |
Francisco António Solha |
1775 |
182 |
Vila do Conde-Igreja do Convento de Santa Clara |
Francisco António Solha |
1777 |
121 |
Guimaraes-Igreja de S. Sebastião |
Francisco António Solha, seg. W. Jordan |
? |
125 |
Porto-Igreja do Convento de Santa Clara |
Francisco António Solha |
1778-1782 |
118 |
Guimarães-Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa |
Francisco António Solha |
1780 |
115 |
Guimarães-Igreja da Misericórdia |
Francisco António Solha |
1785 |
101 |
Tibães-Igreja do Mosteiro deS. Bento |
João Fontanes de Maqueixa |
1760 |
54 |
Aveiro-Igreja da Misericórdia |
João Fontanes de Maqueixa |
1765 |
21 |
Lisboa-Igreja de S. Vicente de Fora |
Pasquale Gaetano Oldovini |
1743, seg, António Simões |
36 |
Évora-Sé (Evangelho) |
Pasquale Gaetano Oldovini |
1743 |
38 |
Évora-S. Francisco (Evangelho) |
Pasquale Gaetano Oldovini |
1762 |
40 |
Elvas-Sé |
Pasquale Gaetano Oldovini |
1763 |
2 |
Faro-Sé (transepto) |
Pasquale Gaetano Oldovini, remodelação |
1767 |
1 |
Faro-Sé (tribuna) |
Pasquale Gaetano Oldovini |
Séc. XVIII |
39 |
Portalegre-Sé |
Pasquale Gaetano Oldovini, seg, W. Jordan |
Séc, XVIII |
201 |
Viana do Castelo-Sé (capela do Senhor dos Passos |
Jozé António de Souza |
c.1765 |
33 |
Ferreira do Zêzere-Igreja da Senhora do Pranto |
Jozé António de Souza |
1778 |
79 |
Torre de Moncorvo – Igreja Matriz |
Jozé António de Souza |
1782 |
92 |
Braga-Igreja dos Terceiros de S. Francisco |
Jozé António de Souza |
1784 |
136 |
Porto-Igreja das Carmelitas |
Jozé António de Souza |
? |
98 |
Braga/Real- Igreja de S. Jerónimo |
Jozé António de Souza |
1787 |
223 |
Caminha-Igreja da Misericórdia |
Jozé António de Souza |
1794 |
111 |
Esposende-Igreja Matriz |
Jozé António de Souza |
1795 |
100 |
Adaúfe-Igreja matriz |
Carlo Mancini |
1786 |
22 |
Lisboa-Capela da Senhora da Saúde |
João da Cunha |
1788 |
3 |
Faro-Igreja do Carmo |
Simão Fernandes Coutinho, restauro |
1779-1780 |
45 |
Coimbra-Universidade (Capela de S. Miguel) |
António Xavier Machado e Cerveira |
S. XVIII |
7 |
Lisboa-Igreja de Nossa Senhora da Ajuda |
António Xavier Machado e Cerveira |
1784 |
19 |
Lisboa-Igreja de São Roque |
António Xavier Machado e Cerveira |
1785 |
13 |
Lisboa-Igreja da Basílica dos Mártires |
António Xavier Machado e Cerveira |
1789 ou 1791 |
10 |
Lisboa-Igreja da Basílica da Estrela |
António Xavier Machado e Cerveira |
1790 |
31 |
Abrantes-Igreja de S. Vicente |
António Xavier Machado e Cerveira |
1792 |
8 |
Lisboa-Capela da Bemposta (Academia Militar) |
António Xavier Machado e Cerveira |
1795 |
51 |
Penacova-Igreja do Mosteiro de Lorvão |
António Xavier Machado e Cerveira |
1797 |
64 |
Viseu-Igreja da Misericórdia |
António Xavier Machado e Cerveira |
I.Séc XIX |
179 |
Perafita-Igreja paroquial |
António Xavier Machado e Cerveira |
1806 |
25 |
Mafra-Basilica (Evangelho) |
António Xavier Machado e Cerveira |
1806 |
29 |
Mafra-Basílica (Sacramento-transepto norte, parede oeste) |
António Xavier Machado e Cerveira |
1807 |
27 |
Mafra-Basílica (Conceição-transepto sul, parede leste) |
António Xavier Machado e Cerveira |
1817 |
34 |
Marvila-Igreja Paroquial |
Joaquim António Peres Fontanes |
1790 |
229 |
Ponte de Lima-Igreja matriz |
Joaquim António Peres Fontanes |
S. XVIII |
11 |
Lisboa-Igreja da Graça (Evangelho) |
Joaquim António Peres Fontanes |
S. XVIII |
12 |
Lisboa-Igreja da Graça (Epístola) |
Joaquim António Peres Fontanes |
? |
203 |
Viana do Castelo-Sé (coro alto) |
Joaquim António Peres Fontanes |
S. XVIII |
15 |
Lisboa-Igreja de Santa Engrácia (Panteão Nacional) |
Joaquim António Peres Fontanes |
S. XVIII |
23 |
Lisboa-Sé (Evangelho) |
Joaquim António Peres Fontanes |
S. XVIII |
43 |
Óbidos-Igreja de Santa Maria |
Joaquim António Peres Fontanes |
? |
20 |
Lisboa-Capela de S. Tiago e S. Martinho |
Joaquim António Peres Fontanes |
1806 |
28 |
Mafra-Basílica (Santa Bárbara-transepto sul, parede oeste) |
Joaquim António Peres Fontanes |
1807 |
26 |
Mafra-Basílica (Epístola) |
Joaquim António Peres Fontanes |
1807 |
30 |
Mafra-Basílica (S. Pedro de Alcântara) |
Joaquim António Peres Fontanes, seg. António Simões |
1810 |
44 |
Castelo Branco-Sé |
Joaquim António Peres Fontanes |
1812 |
42 |
Leiria-Santuário da Senhora da Encarnação |
Joaquim António Peres Fontanes |
1831 |
41 |
Leiria-Sé |
Manuel de Sá Couto |
F. XVIII-I. XIX |
161 |
Vila Nova de Gaia-Igreja Paroquial de Mafamude |
Manuel de Sá Couto |
F. XVIII-I. XIX |
168 |
Vila Nova de Gaia-Igreja do Mosteiro de Grijó |
Manuel de Sá Couto |
1798 |
102 |
Amares-Igreja da Senhora da Abadia |
Manuel de Sá Couto |
1798 |
107 |
Barcelos-Matriz de Barcelinhos |
Manuel de Sá Couto |
1800 |
99 |
Braga-Igreja do Bom Jesus |
Manuel de Sá Couto |
c.1800 |
172 |
Maia-Igreja de S- Tiago de Milheiros |
Manuel de Sá Couto |
c.1800 |
147 |
Porto-Igreja de Lordelo do Ouro |
Manuel de Sá Couto |
1801 |
146 |
Porto-Igreja dos Terceiros de S. Francisco |
Manuel de Sá Couto? |
I.XIX |
166 |
Vila Nova de Gaia-Igreja paroquial de Valadares |
Manuel de Sá Couto |
I.XIX |
173 |
Maia- Igreja paroquial de Gueifães |
Manuel de Sá Couto |
I.XIX |
174 |
Maia-Igreja paroquial de Silva Escura |
Manuel de Sá Couto? |
I.XIX |
189 |
Paços de Ferreira-Capela de S. Francisco de Freamunde |
Manuel de Sá Couto |
I.XIX |
191 |
Trofa-Igreja paroquial de S. Martinho de Bougado |
Manuel de Sá Couto |
? |
178 |
Matosinhos-Igreja paroquial de Leça da Palmeira |
Manuel de Sá Couto, seg. António Simões |
? |
190 |
Trofa-Igreja paroquial de S. Tiago de Bougado |
Manuel de Sá Couto? |
? |
139 |
Porto-Igreja de S. José das Taipas |
Manuel de Sá Couto |
1811 |
132 |
Porto-Igreja de Santo Ildefonso |
Manuel de Sá Couto |
c.1815 |
133 |
Porto-Igreja dos Congregados |
Manuel de Sá Couto |
1816 |
96 |
Braga-Igreja de S. Vítor |
Manuel de Sá Couto |
1817 |
157 |
Porto-Igreja paroquial do Bonfim |
Manuel de Sá Couto |
1815-1820 |
158 |
Vila Nova de Gaia-Igreja paroquial de Santa Marinha |
Manuel de Sá Couto |
1817 |
183 |
Vila do Conde-Igreja de s. Francisco |
Manuel de Sá Couto |
1820 |
186 |
Póvoa de Varzim-Igreja da Misericórdia |
Manuel de Sá Couto |
1825-1826 |
231 |
Póvoa de Varzim-Igreja dos Terceiros Franciscanos |
Manuel de Sá Couto |
1828 |
159 |
Vila Nova de Gaia-Igreja do convento de Corpus Christi |
Manuel de Sá Couto, remodelação? |
1800-1830 |
75 |
Sabrosa-Igreja matriz de Provesende |
Manuel de Sá Couto |
M.XIX |
162 |
Vila Nova de Gaia-Igreja paroquial de Vilar de Andorinho |
Manuel de Sá Couto, seg. I. Kruger |
M.XIX |
153 |
Porto-Igreja da Ordem da Trindade |
Manuel de Sá Couto, reformulação |
1860 |
160 |
Vila Nova de Gaia-Igreja paroquial de Avintes |
Luís António de Carvalho |
1806 |
124 |
Porto-Igreja paroquial de Campanha |
Luís António de Carvalho , reparação |
1816 |
118 |
Guimarães-Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa |
Luís António de Carvalho |
? |
117 |
Guimarães-Capela da Ordem Terceira de S. Francisco |
Luís António de Carvalho |
1830 |
116 |
Guimarães.Igreja da Colegiada da Senhora da Oliveira |
Luís António de Carvalho |
? |
202 |
Viana do Castelo-Sé (Capela do Senhor dos Mareantes) |
Luís António dos Santos |
1808 |
65 |
Viseu-Igreja do Seminário Maior |
António José dos Santos |
1860 |
130 |
Porto-Igreja de S.Lourenço (Grilos) |
António José dos Santos |
1863 |
131 |
Porto-Igreja da Ordem do Terço |
António José dos Santos |
1864 |
148 |
Porto-Igreja de S.Pedro de Miragaia |
António José dos Santos |
1868 |
152 |
Porto-Igreja de S. João da Foz |
António José dos Santos |
1882 |
195 |
Penafiel-Igreja da Misericórdia |
António José dos Santos |
1884 |
156 |
Porto-Igreja paroquial de Paranhos |
António José dos Santos |
1888 |
143 |
Porto-Igreja da Misericórdia |
António José dos Santos, instalação |
1899-1900 |
157 |
Porto-Igreja paroquial do Bonfim |
Peter Conacher & Co. |
1880 |
196 |
Valongo-Igreja Matriz |
Peter Conacher & Co. |
1881 |
137 |
Porto-Igreja da Ordem do Carmo |
Peter Conacher & Co. |
1891 |
126 |
Porto-Capela do Colégio de N.ª S-ª da Esperança |
Aristides Cavaillé-Coll |
1882 |
18 |
Lisboa-Igreja de S. Luís dos Franceses |
Norman & Beard |
1888 |
149 |
Porto-Igreja de St. James |
José Joaquim da Fonseca? |
Séc. XIX |
154 |
Porto-Capela das Almas |
José Joqauim da Fonseca |
1878 |
163 |
Vila Nova de Gaia-Igreja paroquial de Oliveira do Douro |
Luís de Carvalho Guimarães |
Séc. XIX |
188 |
Póvoa de Varzim-Igreja de S. Pedro de Rates |
Augusto Joaquim Claro |
1890 |
151 |
Porto-Capela do Cemitério de Agramonte |
Augusto Joaquim Claro |
1894 |
187 |
Póvoa de Varzim-Igreja paroquial de Beiriz |
Augusto Joaquim Claro |
1899 |
85 |
Braga-Igreja de S. Paulo |
Augusto Joaquim Claro |
1899 |
167 |
Vila Nova de Gaia-Igreja paroquial de Vilar do Paraíso |
Augusto Joaquim Claro, remodelação |
1900 |
82 |
Braga-Igreja dos Congregados |
Augusto Joaquim Claro |
1903 |
224 |
Valença-Igreja de Sto. Estêvão |
Augusto Joaquim Claro |
1905 |
58 |
Oliveira de Azeméis-Igreja Matriz |
Augusto Joaquim Claro, acréscimo |
1906 |
131 |
Porto-Igreja da Ordem do Terço |
Augusto Joaquim Claro, remodelação |
1907 |
14 |
Lisboa-Igreja de Nª.S.ª das Mercês |
Augusto Joaquim Claro |
1907 |
60 |
Ovar-Igreja paroquial de Esmoriz |
Augusto Joaquim Claro |
1908 |
184 |
Vila do Conde-Igreja Matriz |
Augusto Joaquim Claro |
? |
208 |
Viana do Castelo-Igreja de Santa Cruz do convento de S. Domingos |
Augusto Joaquim Claro |
? |
214 |
Viana do Castelo-Igreja paroquial de Santa Marta de Portuzelo |
William Sweetland |
1924 |
138 |
Porto-Igreja dos Metodistas do Mirante |
2. Órgãos de autoria ainda não atribuída
Isolino Dias
Manuel de Sá Couto, “O Lagoncinha”, nasceu a 31 de Maio de 1768, em Santa Marinha de Lousado, no lugar que lhe deu o apelido, Ponte de Lagoncinha (entre Trofa e Santo Tirso). Aí viveu e trabalhou como construtor de Órgãos.
De acordo com um contrato firmado num tabelião de Braga, podemos afirmar que se estabeleceu por conta própria, a partir do ano de 1797, com apenas 29 anos. Tal facto indicia já certa notoriedade, bem como uma dúzia de anos de aprendizagem. Sabemos que esteve em Tibães, mosteiro beneditino, onde trabalhou com Frei Domingos de S. José Varela (1762/1834), organista, teórico musical e organeiro de elevada craveira intelectual. Ainda aí, deve ter sofrido a influência do mestre organeiro espanhol Francisco António Solha (que em Tibães trabalhou por volta de 1785), bem como deve ter tido conhecimento das actividades de organaria do famoso beneditino Frei Manuel de São Bento (1683/1757), a quem se deve a construção do “único órgão ibérico de 24 palmos da cidade do Porto” (*) (Guimarães, 2002).
Assim se compreende a segurança de ofício bem como o sucesso, na carreira de organeiro, de Manuel de Sá Couto, ainda antes dos 30 anos.
Os bons construtores de Órgãos eram ao mesmo tempo engenheiros, peritos em acústica, arquitectos, mestres em trabalhar a madeira, os metais, as peles e outros materiais, quando não bons músicos!
Manuel de Sá Couto vem a falecer em 8 de Novembro de 1837, com 69 anos de idade e 40 anos dedicados ao fabrico e restauro de inúmeros órgãos (Valença, 2001)
Notas
(*)Pedro Guimarães referia-se ao Órgão da Igreja do Mosteiro de São
Bento da Vitória.
BIBLIOGRAFIA
GUIMARÃES, Pedro – O Órgão de tubos da Igreja de São Bento da Vitória no
Porto e seu restauro. Revista ‘Estudos’, n.º 2, 2002, IPPAR, pp. 160-163;
VALENÇA, Manuel – Manuel de Sá Couto, Organeiro (1768-1837). Separata
de ‘Itinerarium’, ano XLVII, n.º 169, Jan/Abr.2001
Visita ao Órgão do Mosteiro de Pombeiro - 2.10.2021
Veja a apresentação e o video.
Visita ao Órgão do Mosteiro de Grijó - 1.10.2016
Veja o cartaz e o folheto, e videos (1, 2, 3 e 4).
Visita ao Órgão de S.Bento da Vitória - 30.7.2016
Veja o folheto, fotos e videos (1 e 2).
Visita ao Órgão de S.Francisco - 8.3.2015
Veja o folheto e fotos.
Veja ainda notícia em www.oportoencanta.com.
Exposição fotográfica da A.C.E.R. sobre "O Órgão Ibérico no Porto", na Casa do Infante, Porto, de 22.1 a 8.3.2015.
No seu âmbito, no dia 8 de Março, pelas 15 horas, ocorrerá uma Visita Guiada ao Órgão Ibérico da Igreja de S.Francisco.
Inscreva-se aqui.
De 22 de janeiro a 8 de março de 2015 decorrerá, na Casa do Infante, no Porto, a exposição fotográfica "O Órgão Ibérico no Porto", das 9:30 às 17h (todos os dias).
De 8 de novembro a 31 de dezembro de 2014 decorre, no Espaço Corpus Christi, em Gaia, a exposição fotográfica "Património Organístico do Porto e Gaia", das 10 às 18h (fechado às segundas).
Atendendo ao elevado interesse suscitado, de 8 de Novembro a 31 de Dezembro de 2014 vai ser (re)apresentada a exposição fotográfica "Órgãos Históricos do Porto e Gaia", desta vez no Mosteiro de Corpus Christi, também em Vila Nova de Gaia (Av. Ramos Pinto).
De 16 a 31 de Maio de 2014 decorreu, no espaço do Posto de Turismo da Beira-Rio, em Vila Nova de Gaia, uma Exposição Fotográfica sobre Órgãos Históricos do Porto e Gaia, com o apoio do Pelouro do Turismo
da CMG.
Culminou no dia 31 de Maio, quando ocorreu um Recital de Órgão na Igreja de Santa Marinha, com interpretação do
Mestre Organista Isolino Dias.
A iniciativa teve grande sucesso junto de visitantes nacionais e estrangeiros, pelo que se equaciona a sua reapresentação noutro local, em breve.
Veja algumas imagens na página Facebook da ACER
Porto vai candidatar órgãos de tubos a Património Cultural da Humanidade (notícia aqui)
Festival volta a dar vida a órgãos históricos do Algarve, de 6 a 28 de Novembro de 2020 (notícia completa aqui)
Veja aqui o cartaz da ACER em prol da recuperação do Órgão do Convento de Corpus Christi (Gaia)
Concerto de Gianluca Libertucci, comemorativo do restauro do órgão da Catedral de Santiago de Compostela - 28 de novembro 2014, 21.00 horas - apenas por convite (notícia completa aqui)
Irmandade quer organizar concertos diários de órgão de tubos na igreja dos Clérigos (in "Público")
Concerto de Órgão de Tubos pelo organista e Mestre-Capela Filipe Veríssimo, acompanhado pelo Coro Polifónico da Lapa, em honra de Sta Cecília - 22 de novembro 2014, 21.30 horas (notícia aqui)
Irmandade quer organizar concertos diários de órgão de tubos na igreja dos Clérigos (in "Público")
Restauro devolve som original a órgão do Mosteiro do Lorvão, Penacova, datado do século XVIII. Leia aqui a notícia.
O Órgão da Igreja de Caramos, Felgueiras, datado de 1717, foi restaurado em 2013. Veja aqui a reportagem video.
Música Barroca, para dois trompetes e órgão,no Mosteiro de Arouca - 11.10.2014 - 22h